Menino Deus

Menino Deus
"E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós " (João 1,14)

«Quanto mais Me honrardes, mais Eu vos favorecerei».

Menino Jesus de Praga

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

A Verdadeira Consagração a Nossa Senhora e Nossa Infancia Espiritual


Nem um passo sequer podemos dar no caminho do Céu, sem que Deus preceda, acompanhe e siga com auxilio de sua graça, assim como ensina o Concílio Tridentino; nem dizer Senhor Jesus – podemos sem o Espirito Santo, como afirma o Apostolo São Paulo (1 Cor 12,3). E pois, nossa incapacidade para as coisas sobrenaturais, nossa ignorancia e debilidade, nossas vacilações e quedas nos reduzem à condição de crianças.

Somos, sim, crianças na ordem da graça, como somos escravos na ordem da natureza. E assim como à natural escravidão convém acrescentarmos a escravidão de amor, assim também a esta forçosa infancia de Espirito havemos de juntar outra, voluntária e querida por nós.

Esta infancia voluntária é, em certo grau, indispensável, porquanto disse Nosso Senhor: Se não vos fizerdes como crianças, não entrareis no Reino dos céus (Mt 18,3). E quanto mais crianças nos fizermos, isto é, quanto melhor imitamos a humildade e simplicidade das crianças e mais nos abandonamos nas mãos de Deus como meninos nos braços de sua mãe, tanto mais cresceremos na vida espiritual, consoante nos ensinam os ascetas e místicos.

É verdade que poderíamos viver esta voluntária infancia espiritual sem a perfeita Consagração a Nossa Senhora. Sem embargo, quanto é dificil ser bons meninos sem a educação maternal!

Quando falta a mãe, há na educação do filho um vazio que mais facilmente se experimenta do que se define, porque se acha no profundo da alma. Pode-se conjeturá-lo ao refletir nas intuições, nas ternuras, nos desvelos, nas finas sensibilidades, nas delicadezas sutis que só se aprendem nos corações das mães.

À direção de Maria devem as almas esse delicado sentido das coisas divinas, essa fina sensibilidade sobrenatural aos toques da graça, sem a qual dificilmente pode alguem chegar a ser perfeito (Lhoumeau). Assim, a ideia de escravo de amor dulcifica-se e se idealiza, confundindo-se com a doce idéia de filho. Não um menino crescido que acaricia mais sua mamãe, e que, entanto, depende menos dela. Mas, um pequenino que, sem ela, não sabe viver.

Montfort canta esta sua idéia, dizendo que os escravos de amor de Maria, dela recebemos em alimento “um leite que é todo Divino”, isto é, a graça de Deus, que, segundo a doutrina da Igreja, nos é dada por Maria. Sim. Dela recebemos sempre todo o alimento espiritual, assim como a criança nos primeiros dias, recebe de sua mãe todo o sustento. Sem essa graça, “não podemos começar, nem continuar, nem concluir nada que sirva para a vida eterna”. E pois, em todos os passos que damos para o céu, Nossa Senhora nos leva pela mão.

Bem podemos aplicar a Ela, as devidas proporções, o que de Jesus Cristo dizia formozamente Fr. Luís de Leão:”Nunca vistes como as mães tomam em suas mãos as suas crianças, e fazem que ponham nos pés dela os seus pezinhos, e assim os abraçam e lhes são, a um tempo, seu chão e sua guia? Ó piedade de Deus! Assim procedeis, Senhor, com nossa fraqueza e nossa infancia. Vós nos estendeis as mãos de vosso favor. Fazeis que coloquemos em vossos bem guiados passos os nossos, fazei que subamos, que nos adientemos. Sustentais nossos passos em vós mesmo, até que, vizinhados de vós como o quereis, com estreito amplexo nos abraçais no céu.”

E porque tudo isto realiza Deus pela intercessão constante de Maria, bem podemos dizer com São Luis Maria Grignon de Montfort, que esta queria Mãe e Senhora a todo passo nos ampara com força, e nos levanta prestes, se, por fraqueza, nos acontece cair.

Fonte: Perez, Vida Mariana, pág.66 ss




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